Minha cabeça está tão cheia.
Andei pensando [pensamentos filosóficos]. Onde será que deixei a filosofia? Em que gaveta de qual armário a esqueci?
Para mim, que tudo é tão relativo, relativizei tanto a vida que acabei esquecendo de me relativizar...
Talvez o que vejo não seja o que os outros vêem, deixe-me explicar: o que vejo como laranja, para outra pessoa, pode ser o que vejo como vermelho, e para outra pessoa ainda, pode ser o que vejo como azul, entende?
O que me esqueci é de auto-relativizar, ou ainda ter consciência disso. O que eu sou posso também não ser. Tento achar sentido nisso, mas não faz. Talvez a vida seja mesmo sem sentido, como alguns dizem... Mas e o tempo em que tentei desembaraçá-la? Parece que ela sempre volta a embaraçar. Talvez seja esse o sentido da vida. Mas qual? Prefiro não saber e deixar que ela aja sobre mim.
E outra coisa que me consome é: o que sou, sempre fui e sempre serei?
Digo, entrando em um mar de perguntas que nunca tive resposta e só agora me dou conta de onde estou entrando, a essência é mutável ou não?
Filósofos tentam explicar e não me convenci, pois nunca cheguei a nenhuma conclusão. Para me convencer, tenho eu que chegar à resposta. E a resposta nunca me veio. Meus pensamentos, relativos que são, me dizem que "DEPENDE"...mas como depende? Acho que a isso não cabe uma relativa resposta, ou é ou não é. Talvez a essência poderia ser definida como imutável, passiva de alterações, mesmo que drásticas, passando a ser mutável. Mas também não acho que seja totalmente mutável. As pessoas podem ou não ser como se é definido pela essência. O difícil é saber qual é essa definição. É uma sensação tão à flor da pele, que nunca se sente, apenas se é. Quando se olha no espelho e se dá conta do que é, aí vem o baque. Os sentimentos passam a controlar os atos. E assim, dizem, recontam a vida.
